Os Pensadores: Vico

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Giambattista Vico foi um filósofo italiano reconhecido, entre tudo, como um precursor da chamada Antropologia Cultural. Apesar disso, esse reconhecimento é tardio. Em seu tempo, ele fora pouco valorizado. O autor acabou por ser redescoberto a partir do século XIX, tendo sua importância levada em consideração por pensadores como Marx e Groce. Vico passou a maior parte de sua vida profissional como Professor de Retórica, na Universidade de Nápoles. Sua principal obra é denominada por Nuova Scienzia, ou Nova Ciência. Atualmente, sua influência se faz notória na área de Humanidades e de Ciências Sociais.
Seu ponto de vista social é amplamente influenciado pelas agitações da localidade que viria a ser a Itália, imersa em um contexto de virada entre os séculos XVII e XVIII. Cabe ressaltar que a expressão mais utilizada no citado território dizia respeito às artes visuais, que se sobressaíram, entre todas as formas de manifestação cultural que floresceram em meio a essa realidade. No que diz respeito às influências impostas por aqueles dias, inerentes à formação do autor, há de se levar em conta a cultura helênica. Assim, a citada região se tornou um importante centro de difusão da concepção que unia a habilidade artística à capacidade produtiva do indivíduo, por assim dizer. Há ainda resultados no campo da escultura e da cerâmica, além da arquitetura.
Conseqüentemente, o autor pretende discutir o assunto por ele proposto com os personagens pertencentes a esse contexto histórico, ou seja, uma sociedade moderna, que representa entre tudo uma burguesia emergente, ou algo que se aproxime a tal ideal, uma vez enunciado o universo em questão.
Ao longo do objeto de estudo aqui utilizado, é feita uma defesa a respeito da natureza do homem. Com isso, entendia-se que há a existência de um direito natural. Para a afirmação de tal ideário, foram mencionados aspectos ditos zodiacais, com a afirmação de que alguns “signos zodiacais” seriam eleitos como sobressalentes, a respeito da influência exercida sobre, entre tudo, o movimento cíclico a história das Nações, o que serviria de explicação para o processo e sentido da História.
Vico demonstra, pois, o avanço do homem através de um modelo de conhecimento do mundo. Este se baseia nas divindades representadas por fenômenos naturais compreendidos como a manifestação da vontade divina. Tal fato leva em conta o tempo dos grandes heróis ou entes aglutinadores de povos, que são nominados e têm suas aventuras contadas com apoio dos mitos e, por fim, passa por um mundo controlado pela razão ou idade dos homens. O autor em questão tende a aplicar este esqueleto de sustentação teórica para explicar o desenvolvimento da linguagem, do aprendizado e de uma teoria do Estado.
A proposição por ele auferida busca os debates da valorização das ciências humanas e, principalmente, da História. Assim, é apresentada a crítica de Vico contra o método cartesiano. Mais do que isso, é perpetrado o desenvolvimento de sua teoria da História, e a importância dada por ele a fontes que mais tarde seriam redescobertas ou revisitadas pela História Cultural.
Por fim, o texto organiza um tipo de discurso regulado pelo ensaio, já que se trata de um esboço formal, bem adiantado, discursivo e concludente. Foi feita, além de tudo, uma exposição lógica com uma relevante explanação e julgamento pessoal, bem como uma exibição de natureza metodológica sobre o que foi tratado e a elucidação de um espírito crítico.


Arthur Meibak