Sobre a Filosofia da História

terça-feira, 6 de julho de 2010

A obra cujo roteiro de leitura foi desenvolvido é de autoria de Jacques Maritain, autor francês, que nasceu por volta da última década do século XIX, e faleceu em meados da década de 70, do século passado. Trata-se de um filósofo de orientação católica, que pensa em uma “democracia cristã”, de forma que ele foi personagem relevante quanto à renovação do pensamento “Tomista”, em seu tempo. O citado objeto de renovação é caracterizado, grosso modo, por ser uma filosofia dita escolástica, que tem por bases considerações acerca do aristotelismo, em adição com o catolicismo.
O ponto de vista social do autor em questão é dado, sobretudo, pela ótica de um cidadão francês que, como tal, enxerga o mundo com um viés do homem europeu, que vivencia as transformações no mundo do início da segunda metade do século XX, tais qual a consolidação do sistema socialista, formado por países do leste europeu, bem como o antagonismo a esse fato, personificado pelos estadunidenses, fortalecidos no pós-Segunda Guerra Mundial
As intenções de Maritain são de discutir, por meio de um ensaio, com a sociedade francesa dos anos 60, influenciada, portanto, pelo contexto social dessa época. Ressalta-se, ainda, uma motivação de cunho religioso, por parte do autor. Com isso, percebe-se seu interesse em debater a questão da teologia em adição ao estudo filosófico, de maneira que, segundo ele, estes campos devem possuir uma noção bem definida acerca do conceito de “mundo”.
Nesse sentido, a idéia defendida pelo autor é a de que existe um vínculo relevante entre a Filosofia e os dados teológicos. Mais do que isso, ele acentua um aspecto de “Filosofia cristã da História”, em meio à noção que ele possui a respeito da Filosofia da História, propriamente dita.
Para reforçar esse viés, é citada a obra de Toynbee, por Maritain, que o julga como um “a - teólogo”, ou, ainda, “meramente racional e natural”, além de avaliar que Toynbee rejeita a idéia de buscar, no campo da teologia, assistência e complemento à sua pesquisa. Essas características são, segundo o autor aqui estudado, incompatíveis com suas próprias opiniões sobre o objeto de estudo em questão.
Em adição, os argumentos são organizados de forma que fora feita inicialmente uma contextualização do objeto de estudo, com uma breve explanação a respeito da validez das ditas leis filosóficas, com a finalidade de esclarecer a história humana. Em um segundo momento, define-se a Filosofia da História como um meio termo entre a Filosofia moral e a História como “mera enumeração de fatos”, para, então, o autor expor seu ponto de vista, a respeito da relevância dos usos de dados teológicos, em vinculação com a Filosofia.
Por fim, cabe salientar que a Religião encontra seus fundamentos atrelados à História e a seus usos. A crítica fica por conta de que é discutível a idéia de que certos dados ditos proféticos ou teológicos sejam indispensáveis à Filosofia da História.

(Arthur Meibak)

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